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Uber e Cabify deixam de operar em Barcelona a partir de sexta-feira.

A Uber e a Cabify anunciaram, nesta quinta-feira, que vão suspender os seus serviço na cidade de Barcelona, em Espanha, depois de ter sido aprovada regulamentação que limita a atuação destas empresas de transporte privado.

“As novas restrições aprovadas pelo Governo catalão deixam-nos sem outra escolha senão suspender a UberX enquanto avaliamos o nosso futuro em Barcelona”, informou o porta-voz da Uber.

Já a Cabify disse lamentar que “as autoridades tenham cedido à pressão e às exigências do setor do táxi, prejudicando gravemente o interesse dos cidadãos” e informou que ainda esta quinta-feira irá comunicar aos seus utilizadores que deixará de operar em Barcelona.

As novas regras implementadas pelo Governo da Catalunha estabelecem que, para pedir um serviço de transporte através de uma plataforma eletrónica como a Uber e Cabify, os passageiros terão de ligar com pelo menos 15 minutos de antecedência (o que deixa as viagens urgentes entregues ao setor do táxi).

Estas medidas surgiram depois da pressão exercida pelos taxistas, que têm realizado várias greves na cidade de Barcelona e que continuam com uma paralisação na capital espanhola, Madrid.

Esta semana, Madrid foi palco de várias manifestações de taxistas contra os condutores das plataformas eletrónicas.  Milhares de condutores fizeram parar o Paseo de la Castellana, uma das principais avenidas de Madrid. Houve até sete deles a realizar greve de fome. Uma das exigências dos taxistas era que os veículos que trabalham para a Uber e Cabify fossem reservados com antecedência, em vez de serem chamados no momento.

Ambas as empresas de transporte com recurso a plataformas eletrónicas afirmam que a nova legislação as obriga a um despedimento massivo de motoristas.

Já a associação que representa os operadores de plataformas como a Uber considera que o Governo catalão “cedeu à chantagem dos táxis” e que este pacote de medidas implica o fim desta atividade na cidade, de acordo com o jornal espanhol El País.

As empresas não deixam, no entanto, de lado a esperança de voltar a operar na cidade.”Assumimos o compromisso de ser um parceiro de longo termo das cidades espanholas e esperamos trabalhar com o Governo catalão e o com o município para uma regulamentação justa para todos”, disse a Uber.